Íris #5
Olá! Bem-vindas/es/os à nova edição da Íris, a newsletter do NEPEM/UFMG.
Estamos trabalhando na Nota Técnica 4, com o objetivo de compreender as dificuldades e impactos do financiamento das campanhas eleitorais em perspectiva de gênero. A partir de contribuições teóricas da literatura sobre financiamento eleitoral e, no caso das mulheres, do subfinanciamento, estamos analisando os principais aspectos da legislação e das dinâmicas internas para a distribuição de recursos.
Nossa percepção inicial é que os dados das eleições de 2022 confirmam o subfinanciamento de mulheres, tanto pelos recursos providos pela União por meio do Fundo Eleitoral de Financiamento de Campanha (FEFC), como pelas doações de pessoas físicas. Além disso, é possível que haja um “custo invisível” associado às candidaturas das mulheres, que as obriga a gastar mais dinheiro para alcançar o eleitorado. Podemos afirmar que o acesso a mais dinheiro indica maior chance de sucesso eleitoral e que essa é uma das razões pelas quais as mulheres já começam a corrida eleitoral prejudicadas.
Confira aqui as Notas Técnicas já publicadas.
No dia 11 de Fevereiro, comemoramos o Dia Internacional das Meninas e Mulheres na Ciência. A data foi instituída em 2015 pela Assembleia das Nações Unidas sob a liderança da Unesco e da ONU Mulheres. O evento acontece em diversos países, com atividades que visam dar visibilidade ao papel e às contribuições fundamentais das mulheres nas áreas de pesquisa científica e tecnológica.
Entretanto, ao acompanhar nos últimos anos, a distribuição de bolsas de produtividade em pesquisa (PQ) do CNPq, o movimento Parent in Science observou que, apesar de serem quase metade dos docentes de pós-graduação, as mulheres ainda não recebem a mesma proporção das bolsas de pesquisa.
NEPEM Indica
Neste livro encantador, Saidiya Hartman se vale do método da fabulação crítica para dar voz às personagens, em sua maioria, jovens negras em rebelião. Ao combinar um estilo literário a uma extensa pesquisa de arquivos, documentos e imagens, a escritora elabora o mundo através dos olhos dessas mulheres, se propondo a recriar sua imaginação radical.
Por meio das palavras de Hartman, a população negra deixa de ser encarada apenas como objeto condicionado pela violência racista e passa a ser vista como sujeitos capazes de modificar o tecido social e cultural em suas múltiplas formas de resistência.
Nesta semana, a coluna Pensar Mulheres, parceria entre a Rádio UFMG Educativa e o NEPEM UFMG, abordou a presença de mulheres jovens na política, a partir das eleições municipais de 2024.
Além das barreiras já conhecidas para a mulher na política, a pesquisadora Sofia Amaral destacou o olhar interseccional, uma vez que as barreiras de gênero, raça, classe e geração não são isoladas e devem ser consideradas em conjunto. Ela ressaltou a baixa participação de pessoas jovens na política, com apenas quatro pessoas jovens eleitas para a vereança em Belo Horizonte - entre elas, somente uma mulher e uma pessoa negra. Por fim, a pesquisadora concluiu que a política institucional não está preparada para receber jovens, principalmente mulheres, e essa realidade precisa mudar.
O podcast Deusas Cientistas conta histórias de cientistas negras e indígenas no Brasil e na América Latina que fizeram pesquisas sobre a crise climática e o racismo ambiental. A proposta é abordar como a ancestralidade e as experiências racializadas dessas mulheres no espaço acadêmico influenciaram suas trajetórias de pesquisa.
Abraços e até breve,
Equipe do NEPEM/UFMG.






